quinta-feira, 10 de março de 2011

Pediatria é normalizada nos hospitais particulares

Uma gestação. Após nove meses de discussões e impasses no Ministério Público Estadual (MPE) sobre a pediatria por meio de promotores, representantes da Advocacia Geral da União, de Planos de Saúde, hospitais e médicos pediatras, nasceu durante audiência na manhã desta quinta-feira, 10 no MPE, a esperança de um final feliz para crianças, adolescentes e seus familiares: a garantia de serviços pediátricos em três hospitais particulares de Aracaju [São Lucas, Unimed e Primavera].
O Renascença apresentou um agravo de instrumento desobrigando o hospital em prestar o serviço de pediatria em urgência e emergência.

O prazo dado pela Justiça Federal para a reabertura do

Promotora Euza Missano fala sobre os avanços
atendimento pediátrico em hospitais privados encerra nesta quinta-feira, 10, mas a representante do Hospital Renascença, Sávia Manuela apresentou um documento que desobriga o hospital a prestar o serviço de pediatria em urgência e emergência, surpreendendo os participantes da audiência.

“A AGU não foi notificada ainda. A informação é de que a ação em prol do Hospital Renascença foi julgada no dia 1º de março. Como um dos pré-requisitos para funcionar como Hospital Geral é oferecer serviços de Pediatria, vamos oficiar o Ministério da Saúde informando o descumprimento da portaria para que haja o descredenciamento como hospital, ou seja, o Renascença pode voltar a ser clínica”, esclarece o advogado da AGU, Ricardo Pereira.

Ricardo Pereira, advogado da AGU
Avanços

Na audiência foi informado que o Hospital Primavera vem cumprindo a determinação judicial e permanece com o serviço de pronto atendimento pediátrico em funcionamento e mantendo convênio com auto gestão em saúde que integra o grupo Unidas e outras operadoras, mantendo pediatras durante todo o período de atendimento.

O Hospital São Lucas informou que está funcionando com os serviços de retaguarda em alta complexidade, com leitos para internamento e serviços de UTI, tendo aberto na manhã desta quinta-feira, o serviço de

Glória Tereza, representante da Sociedade de Pediatria
pediatria para a sociedade sergipana, cumprindo a determinação da Justiça Federal.

E o Hospital Unimed informou que permanece com os serviços de pronto atendimento pediátrico, inclusive mantendo ambulatório e contando com os serviços de UTI do Hospital São Lucas.

Vitória

O final feliz da ‘gestação de risco’ foi comemorado pela promotora Euza Missano. “Foi um avanço significativo para a sociedade sergipana. Três hospitais particulares estão com serviços completos de pediatria, as escalas fechadas e pela primeira vez no Estado de Sergipe, estão sendo oferecidos serviços de retaguarda em alta

Paulo Barreto, diretor do Hospital São Lucas
complexidade no Hospital São Lucas. Após várias audiências para tratar do assunto, foi realmente um salto muito alto em prol das nossas crianças e adolescentes”, entende.

“Eu particularmente e em nome da Sociedade Sergipana de Pediatria estou muito feliz. Foram nove meses buscando uma solução para garantir atendimento às crianças e adolescentes nas urgências e emergências dos hospitais e as negociações foram positivas, as soluções que buscamos construir, foram efetivadas. No São Lucas a gente tem agora oito leitos na retaguarda. Foi um avanço. Agora vamos torcer para que tenhamos logo 100% da escala com pediatras, pois hoje está mesclada com clínicos”, destaca a presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Glória Tereza Lopes ressaltando que o foco agora são os hospitais públicos.

“Estamos botando a cereja no bolo”. Foram meses de trabalho intenso, de impasses e consensos, mas que com a ajuda de representantes dos Planos de Saúde, dos pediatras, do MPE e da AGU, conseguimos chegar a um acordo. “Estamos funcionando com a retaguarda e abrimos logo cedo a pediatria. Até às 8h da manhã desta quinta-feira, 10, quatro crianças já haviam sido atendidas no São Lucas”, enfatiza o diretor do hospital, Paulo Barreto.

A audiência foi presidida pelas promotoras Euza Missano, Mônica Hardman e pelo advogado da União, José Ricardo Pereira.

Por Aldaci de Souza / Portal Infonet

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